quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Minha entrevista

Como eu prometi, vou falar um pouco sobre minha entrevista. Na verdade, eu nem tenho muito que falar dela, devido ao tempo curtíssimo da mesma, em torno de 20 minutos meia-hora no máximo, mas por outro lado, nunca se sabe pode ajudar alguém.

Quando fui fazer a entrevista, eu não tinha nenhuma idéia dos inúmeros blogs e lista de discussão que tenho conhecimento hoje, não conhecia mais ninguém que havia passado pelo processo. A única coisa que eu sabia de fato, era o que a Soraia comentou na palestra: demonstrar bom conhecimento do francês e real interesse de morar no Québec.
Neste ponto eu fiz minha lição de casa, voltei a estudar francês afinal precisava praticar mesmo sendo fluente, não é como o inglês que a gente fala e escuta a cada esquina.
Também li tudo que pude sobre o Canadá desde a história da colonização até a política atual. Também investiguei tudo sobre a minha profissão, a ordem responsável, o mercado de trabalho, etc. O guia: Apprendre le Québec foi de imensa ajuda e com certeza todos que querem imigrar não podem deixar de lê-lo.

Mas, apresar disto tudo, depois do que li em blogs e lista de discussão percebo o quanto eu fui de certa forma despreparada para a entrevista e já vos explico o porquê.
Por incrível que pareça no dia da entrevista eu estava totalmente centrada e calma (digo isto, pois quem me conhece sabe o quanto eu sou ansiosa, quer tudo para ontem). Tudo bem que na véspera eu lavei meu cabelo e fiz chapinha três vezes, provei 500 mil roupas, etc; mas no dia eu estava outra pessoa, uma pessoa que nem eu sabia que existia rsrsrsrs.
Cheguei ao hotel, 30 minutos antes só para garantir, afinal chegar atrasado não deve causar boa impressão ainda mais em uma entrevista deste porte. Como cheguei muito cedo a recepcionista pediu que eu aguardasse e a avisasse 5 minutos antes do meu horário que era às 10hs. Fiquei lá todo este tempo, nem lembro mais pensando no que, só sei que as 9:55 lá fui eu de novo, então ela interfonou e mandou que eu aguardasse mais um pouco. Antes eles atrasados do que eu, rsrsrsrsrs.

Um tempo depois desceu um casal, minha vontade ao vê-los se dirigir para a saída era abordá-los para saber tudo sobre a entrevista, mas não tive esta chance, rsrsrsrsrs. A recepcionista me chamou e disse que eu podia subir. E lá fui eu.
Ao chegar ao lugar indicado um simpático rapaz me aguardava, me cumprimentou e por incrível que pareça eu continuava calma, aquela com certeza não era eu, rsrsrsrs.

Eu achava que ele me faria milhares de questões logo de cara, que nada. Foi pedindo cada uma das documentações cujas cópias eu havia enviado, a coisa ia relativamente bem até chegar o meu diploma de graduação, eu estou tão acostumada a usar uma cópia autenticada do meu diploma, já que o meu é aqueles diplomas enorme em pele de carneiro que até hoje eu não entendi porque paguei tão caro nele já que só ocupa lugar e vai ser um documento difícil de transportar até o Canadá, rsrsrsr.
Mas, voltando o assunto; ele disse que não valia. Sentiram o drama? Eu congelei, mas a pessoa que eu desconhecia que eu era, calmamente explicou o porquê do uso daquela cópia ao invés do original gigantesco, de qualquer forma ele acabou deixando passar, pois com mais dois diplomas de pós original, era meio óbvio que eu tinha um diploma de graduação.
Então ele me perguntou sobre o que eu fazia no Brasil, expliquei para ele que se mostrou realmente interessado.
Mas, ai veio o balde de água fria, que apesar do governo quebecois ter aberto a imigração para “dentista”, não é um profissional que eles realmente estejam buscando, falou sobre a dificuldade de exercer a profissão lá e blá, blá, blá.
Mas, eu não me dei por vencida; parecia uma advogada convicta da inocência do réu, rsrsrsrs; argumentei que já sabia de tudo aquilo, que já havia entrado em contato com as ordem dos dentistas e THDs, etc. Então, ele perguntou se eu havia levado cópias disso.
Cópias???? Não!!!!! Afinal no e-mail eles só haviam pedido os documentos. Nessa época eu não fazia idéia que tinham pessoas que iam com tudo documentado inclusive com mapa da rua que pretendem morar (entende o que eu quis dizer com despreparada?)
Então eu me senti mais aliviada quando ele disse: “é pode ser no seu caso que tem doutorado, pode ser que você consiga a equivalência, mas entenda que o governo não te garante isto...”

Então veio a pergunta em inglês, branco total... Juro não conseguia pensar de jeito nenhum em inglês, acho que se não fosse o comprovante atestando meu nível intermediário up em inglês de uma escola londrina, acho que ele ia pensar que eu havia mentido na ficha de inscrição, rsrsrsrs. No final ele disse que não havia problema já que a região para qual eu iria só falava francês mesmo.
Então, ele me perguntou se eu trabalharia como vendedora. Juro que até agora não entendi bem esta pergunta. De qualquer forma eu respondi que se fosse preciso sim. Então ele falou que eu tinha sido aprovada, depois disso tudo ficou mais light; tomamos um café e conversamos mais uns minutos.

Claro gente, que isto é um resumo, afinal já se passou um ano e eu não lembro mais todos os detalhes. Falando assim parece até que demorou, mas me lembro muito bem que era umas 10:40 e eu já estava do outro lado da Paulista na Livraria Cultura ligando para minha mãe para contar as novidades, me segurei até lá; pois fiquei receosa que se eu tivesse uma acesso de alegria, com pulinhos de felicidade no hall do hotel, eles poderiam mudar de idéia.
Afinal, eles poderiam achar que eu era meio doida e não enviar meu CQS pelo correio. Mas, no fim deu tudo certo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá!
Vc sabe o quanto esperei este post... rs rs rs. Adoro ler relatos de entrevistas. Mas fico apavorada a cada linha que leio e de pensar de como poderá ser a minha. he he he

À bientôt!